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O [mau] uso aniquilacionista de Mateus 5:25,26

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   "Harmoniza-te sem demora com o teu adversário, enquanto está no caminho com ele; para que não suceda que o adversário te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te digo que não sairás dali, até pagares o último ceitil" . Mateus 5:25-26 TB  A paz do Senhor a todos! Nesta publicação, vou abordar mais um suposto "texto-prova" utilizado pelos aniquilacionistas. Para quem não conhece, muitos adeptos dessa vertente da cristandade acreditam que, antes de uma suposta extinção dos ímpios, o ser humano passaria por um período de sofrimento, de acordo com seus pecados, para então ser aniquilado. Um dos textos frequentemente usados para sustentar essa teoria é justamente o mencionado acima. Em outras palavras, após pagar o último ceitil, símbolo dos pecados, a pessoa seria destruída por Deus. Mas será que é isso mesmo que o texto está dizendo? A resposta é não! Em primeiro lugar, o texto retrata claramente a imagem de uma cadei

Jesus, os judeus e a paz

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  A paz do Senhor! A questão sobre a possibilidade de uma paz plena e universal é um dos motivos pelos quais os judeus ortodoxos rejeitam Jesus como o Messias prometido. Para eles, a vinda do Messias traria paz ao mundo de forma concreta e imediata. No entanto, essa interpretação reflete uma compreensão limitada do próprio texto sagrado, que apresenta profecias mais complexas sobre a paz messiânica e os caminhos de Deus para realizar essa promessa. Um exemplo clássico para os judeus é o texto de Isaías 11, que descreve um tempo em que " o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um menino pequeno os guiará" (Isaías 11:6). Esse cenário simboliza uma era de paz e harmonia plena entre todos os seres. A visão continua ao afirmar que “não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar ” (Isaías 11:9), apresen

Destruídos ou perdidos?

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  A paz do Senhor a todos! Nesta publicação, estarei abordando  a "treta" teológica em cima dos termos gregos ἀπόλλυμι (apollumi) e  ἀπώλεια (apoleia) . Isso porque essas palavras podem trazer a ideia de destruir quanto de perder. Tendo isso em mente, é inegável que, quando utilizadas em textos que falam de juízo final sobre os ímpios, o viés teológico sempre falará mais alto. Quem é aniquilacionista, por exemplo, sempre fará, no "piloto automático", questão de traduzir por "destruir"; já se tratando de quem não é, uma tradução mais "suave" sempre será mais adequada. Quem estaria certo? O renomado professor de grego Bill Mounce traz uma explicação significativa para a discussão: "Apollumi tem uma gama de significados, que vão desde a perda (como a mulher que perdeu uma de suas dez moedas, Lucas 15:8) até a morte (como morrer pela espada, Mateus 26:52)". Na própria publicação que pode ser vista  AQUI , o autor declara que o contexto det

Só 144 mil morarão no céu?

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  A questão sobre quem habitará o céu, muitas vezes relacionada ao número de 144 mil mencionados no livro de Apocalipse, é objeto de diversas interpretações no meio cristão. Alguns acreditam que esse número se refere ao total de cristãos que terão o privilégio de morar no céu, mas uma análise mais profunda das Escrituras sugere que essa visão pode ser equivocada. Embora o número 144 mil tenha um significado especial no texto bíblico, não parece ser uma referência exclusiva aqueles que, segundo várias vertentes cristãs, morariam no céu. Essa visão, que defende esse número reduzido de cristãos tendo um privilégio a mais que os demais, partilhada por nossos queridos amigos Testemunhas de Jeová, que, sem dúvida, são pessoas de grande integridade, não se limita apenas a um grupo que habitará o céu. Eles acreditam que, desde a ascensão de Cristo até sua segunda vinda, apenas os 144 mil, mencionados em Apocalipse 7:4 e 14:1-3, terão direito imediato à vida eterna no céu. Esse grupo é descrito

Por trás dos símbolos de Daniel 7

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A paz do Senhor! Nesta publicação, estarei tratando sobre o famoso texto de Daniel 7, o qual aborda quatro seres monstruosos, simbolizando quatro impérios mundiais (Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma). Esse texto é riquíssimo em detalhes, tendo um pano de fundo para cada símbolo apresentado. Veremos aqui a mentalidade de um judeu da época ao ver o texto que seu irmão, Daniel, escreveu sob a inspiração do Espírito de Deus. "[3] Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. [4] O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dado coração de homem". Daniel 7:3-4  O primeiro animal, símbolo da Babilônia, que se assemelha ao leão, é simplesmente uma imagem tirada de Jeremias. Daniel era um leitor dos livros desse profeta (Daniel 9:1), e nessa própria parte das Escrituras a Palavra diz sobre a Babilônia que ".... faço vir do Norte um mal,

Versículos que não existem na Bíblia de um aniquilacionista

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O aniquilacionismo, doutrina que nega a existência de um tormento eterno, defendendo que os ímpios serão destruídos e deixarão de existir, tem ganhado adeptos em diversos círculos teológicos. No entanto, essa interpretação exige que muitos textos bíblicos sejam ignorados ou distorcidos para se alinhar com a sua visão. Em vez de aceitar o peso das Escrituras que claramente falam de um juízo eterno, os aniquilacionistas frequentemente desconsideram versículos fundamentais que apontam para o tormento contínuo dos ímpios. Este texto se propõe a destacar alguns desses versículos que, na prática, parecem não existir na "Bíblia" de um aniquilacionista. Por exemplo, um versículo que "não existe" na Bíblia de um aniquilacionista é Mateus 13:41-43, onde Jesus claramente ensina que, no fim dos tempos, "O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles tirarão do seu reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente, onde haverá

Isaías 9 é uma profecia messiânica?

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A paz do Senhor! No contexto de debates teológicos e interpretações diversas, o texto de Isaías 9 emerge como um ponto controverso no meio judaico-cristão. Para nós, cristãos, a presença do nome de Jesus neste texto é frequentemente vista como uma confirmação direta de Sua messianidade e cumprimento das profecias. Em contraste, para muitos judeus e até mesmo ateus, o texto é compreendido de forma mais histórica e direta, referindo-se ao rei Ezequias, sem conotações messiânicas ou escatológicas. Este contraste de interpretações evidencia as complexidades na exegese bíblica e nas diferentes perspectivas religiosas. Mas quem está certo? Para começarmos, é notório que Ezequias foi um grande rei de Judá, cujo nome significa "O SENHOR é Fortaleza", uma expressão que lembra muito "Deus forte" mencionado em Isaías 9. Ezequias é amplamente reconhecido por ter conduzido uma significativa reforma política e religiosa em sua época. Além disso, o fato de que os verbos no texto d