Irmão José e suas conclusões "diferenciadas"
No livro "O Inferno Não É Um Mundo de Fogo", o irmão José Alves traz umas interpretações bem "diferentonas" sobre o juízo final. Ele tenta reinventar o significado do fogo na Bíblia de um jeito que faz a gente coçar a cabeça e perguntar: "Será que ele leu o mesmo texto que a gente?" Com uma mistura de criatividade e ousadia, ele embarca numa jornada que deixa de lado muita coisa óbvia nos textos, criando teorias que são, no mínimo, curiosas!
A Geena era simplesmente o lixão público de Jerusalém
Mateus 10:28 TB - "Não temais aos que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer na Geena tanto a alma como o corpo."
Lucas 12:5 TB - "Mas eu vos mostrarei a quem haveis de temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder de lançar-vos na Geena. Sim, digo-vos: Temei a este."
O irmão José Alves insiste que a Geena, termo bíblico traduzido por "inferno", era só o lixão de Jerusalém, mas parece ter passado batido no que Jesus disse em Lucas 12:5. Vamos combinar: se fosse só o lixão, qualquer um poderia lançar alguém lá, não é? Mas Jesus é bem claro ao dizer que só Deus tem o poder de lançar alguém na Geena. Então, sinceramente, irmão José, essa ideia do lixão não cola, porque Jesus estava falando de algo muito mais sério do que um lugar onde se queima lixo — Ele estava falando do julgamento divino e do destino eterno!
Na realidade, nosso irmão parece esquecer que era costume de Jesus usar elementos do cotidiano para ilustrar grandes verdades sobre o fim. O Reino de Deus, por exemplo, é comparado a uma festa de casamento em Mateus 22:2-10 e a um banquete em Lucas 14:15-24. Da mesma forma, o fogo eterno é comparado a uma fornalha em Mateus 13:42 e ao lixão de Jerusalém (Geena) em Mateus 10:28 e Lucas 12:5, porque havia algo em comum: no lixão, assim como no fogo eterno, o fogo nunca se apagava. Jesus usava essas imagens familiares para transmitir verdades profundas, conectando o conhecido ao eterno, de forma que todos pudessem entender a seriedade de Suas palavras.
Geena não é lago de fogo?
Lago de fogo e rio de fogo
Apocalipse 20:11-14 ARA - "Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros. Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo."
Daniel 7:9-10 ARAC - "Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou; sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã; o seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele; milhares de milhares o serviam, e miríades de miríades estavam diante dele; assentou-se o tribunal, e se abriram os livros."
O irmão José Alves, ao dizer que o rio de fogo de Daniel 7 e o lago de fogo de Apocalipse 20 não são sinônimos, parece que deu uma piscada e esqueceu de ler o contexto completo. Com todo respeito, João praticamente pegou emprestada a cena de Daniel, trazendo o trono, Deus assentado, os livros abertos, o julgamento e, claro, o fogo que flui de Deus. Se o rio e o lago de fogo não são sinônimos, então, o que seriam? Uma "represa" no juízo final?
Salmo 97:1-3 - "O Senhor reina; regozije-se a terra; alegrem-se as muitas ilhas. Nuvens e escuridade estão ao redor dele; justiça e juízo são a base do seu trono. Fogo vai adiante dele e abrasa os seus inimigos ao redor."
A perícope de "O Rico e Lázaro" não fala do que ocorre após a morte?
Lucas 16:31 TB
"[31] Replicou-lhe Abraão: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."
Desta vez, nosso irmão realmente se superou na criatividade! Para ele, Lucas 16:31 não fala do pós-morte, mas do pós-juízo, ou seja, as pessoas ali seriam já ressuscitadas. Mas, com todo respeito, parece que ele passou reto pelo texto. O próprio versículo 31 é bem claro: estamos falando de mortos, e não de ressuscitados. E aí vem a pergunta: se fosse mesmo o pós-juízo, onde estariam os irmãos do rico? Afinal, a perícope (Lucas 16:19-31) deixa claro que eles ainda corriam o risco de ir para aquele lugar de tormento (v. 28). E na nova criação (Apocalipse 21:1-4), como sabemos, isso seria impossível. Até agora, estamos esperando uma resposta que feche essas pontas, mas, por enquanto, ficou difícil de acompanhar esse raciocínio!
E, por enquanto, é só isso! Apesar das discordâncias teológicas e do tom mais descontraído da análise, é importante reconhecer o esforço de José Alves em apresentar sua visão sobre temas tão complexos. A busca pela compreensão bíblica é algo que exige dedicação, e o diálogo, mesmo com interpretações divergentes, enriquece nosso entendimento. O objetivo aqui não é desmerecer, mas refletir com respeito e bom humor sobre ideias que, ao nosso ver, carecem de maior fundamentação no contexto das Escrituras. Que essas discussões nos inspirem a crescer no estudo e no amor pela Palavra de Deus.
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